Uma equipa de neurocientistas da universidade de Duke e da Associação Alberto Santos Dumont para Apoio à Pesquisa de São Paulo levou a cabo uma experiência médica que demonstrou que a conjugação de realidade virtual com exoesqueletos e BMIs (“brain-machine interfaces” ou interfaces cérebro-máquina) pode ajudar pessoas paralisadas a recuperar parte da mobilidade após lesões na medula espinhal. O estudo foi publicado no Scientific Reports e significa que fisioterapia com realidade virtual tem o potencial de fazer com que os pacientes sejam capazes de voltar a andar.
O sistema implementado pelos investigadores foi bem-sucedido em restaurar parcialmente o controlo muscular e as sensações nos membros inferiores em oito pacientes, naquele que é considerado um grau de recuperação sem precedentes. Para tal, as pessoas foram submetidas a um regime de treinos intensivos com tecnologia de realidade virtual e robótica controlada pelo cérebro, revela o Gizmodo.
Este programa de treinos recorreu a BMIs e a tecnologia de realidade virtual para estabelecer uma comunicação entre o cérebro e um computador, o que permite aos pacientes controlar aparelhos externos – um exoesqueleto, neste caso – apenas com a mente. A realidade virtual ajuda as pessoas a visualizar os movimentos controlados pelo cérebro e a criar maior consciencialização da relação mente-corpo, salienta o Engadget.
Os resultados – ou seja, o nível de controlo muscular e a capacidade de voltar a sentir – variaram entre os oito pacientes, mas uma mulher de 32 anos, que estava paralisada há 13 anos, chegou a conseguir voltar a mexer as pernas após 13 meses de tratamento.