Erin Kara, da Universidade do Maryland, e a sua equipa conseguiram detetar um buraco negro adormecido a devorar uma estrela que passava demasiado próximo. O método usado passa pela análise dos raios X que são refletidos pela matéria que circunda os buracos negros e é conhecido por Swift J1644+57. Os investigadores pretendem decifrar o mistério de como é que os buracos negros crescem até atingir dimensões gigantescas.
Quase todas as galáxias têm no seu centro um enorme buraco negro, com milhões de vezes a massa do sol e com capacidade para influenciar o funcionamento dos astros à sua volta. Na maior parte das vezes, estes gigantes estão adormecidos e só 10% dos buracos negros estão ativos. Como nada escapa a um buraco negro, nem mesmo a luz, é impossível analisar o crescimento se não houver qualquer atividade. De acordo com o Space.com, ao haver uma atividade como o devorar de uma estrela, os investigadores conseguem analisar o movimento nos discos de material em torno do buraco, a expansão de gases e poeiras à volta e ainda os jatos de material expelidos quase à velocidade da luz.
Neste caso em concreto, o buraco negro está na constelação Draco e os investigadores “apanharam-no” a devorar uma estrela que passava próximo. O fenómeno providencia informações relevantes sobre a população de buracos negros supermassivos e sobre a sua atividade. Os cientistas usaram um método recente que consiste em mapear os discos exteriores com recurso a raios X. Este trabalho permitiu descobrir que o buraco negro devorou a estrela a uma velocidade 100 vezes superior àquela que se julgava ser possível.