
Anton van Zanten ganhou o prémio de consagração de carreira da 11ª edição dos oscares dos inventores europeus
Não há condutor da atualidade que dispense um carro com Controlo de Estabilidade Eletrónica (ESP), e hoje o Instituto Europeu de Patentes tratou de dar os merecidos minutos de fama ao homem que criou o sistema: Anton van Zanten, holandês radicado na Alemanha, ganhou o prémio de Consagração de Carreira pelo desenvolvimento do sistema que já poupou vários milhares de vítimas, ao reduzir as probabilidades de derrapagem de um automóvel em viagem. O prémio é o corolário de 40 anos de investigação dedicada a evitar acidentes e colisões de automóveis, mas seguramente deixará um sorriso nos rostos dos responsáveis da Bosch, que abriu as portas do mercado a uma solução que apenas é superada pelo cinto de segurança em termos de importância na segurança automóvel. A distinção foi entregue hoje durante a 11ª edição do Prémio Europeu do Inventor 2016, que decorreu esta quinta-feira em Lisboa.
Os números eram conhecidos: 15 finalistas (individuais ou em equipa) em cinco categorias de prémios. Nos oscares da inovação europeia, a expectativa dos anfitriões estava naturalmente centrada em dois nomes: Elvira Fortunato e Rodrigo Martins, os criadores do transístor de papel, que expandiram o conceito aos restantes componentes necessários para criar um sistema sem silício que pode catapultar a eletrónica descartável, estavam nomeados para finalistas, mas acabaram por não ganhar a categoria de Investigação. O prémio foi atribuído a Alim-Louis Benabid, de França, pelo desenvolvimento de soluções de estimulação cerebral profunda de alta frequência que permitem o tratamento da doença de Parkinson.
Ainda na lista de galardoados, as atenções centraram-se em Bernhard Gleich e Jürgen Weizenecker, investigadores alemães que ganharam o prémio da Indústria, por terem desenvolvido, ao serviço da Philips, soluções de radiologia com partículas magnéticas que permitem obter imagens em 3D de tecidos que podem ser afetados por doenças como o cancro.
O prémio para as Pequenas e Médias Empresas, foi entregue a um quarteto dinamarquês: Tue Johannessen, Ulrich Quaade, Claus Hviid Christensen e Jens Kehlet Nørskov. Os investigadores escandinavos por terem encontrado forma de usar amónia em forma sólida para a substituição de combustíveis poluentes. O que promete uma redução até 99% de emissões de óxidos de mono-nitrogénio.
Helen Lee, investigadora da Universidade de Cambridge, ganhou o prémio que resulta da escolha do Público, pelo desenvolvimento de kits de diagnóstico da HIV, hepatite B e a clamidíase em países com poucos recursos materiais ou humanos. A investigadora foi escolhida por 64% dos 56.700 votantes do público.
A cerimónia também serviu para distinguir inventores que não são originários do “velho Continente”: Robert Langer, dos EUA, foi distinguido pelo desenvolvimento de plásticos biodegradáveis para medicamentos anticancerígenos de efeito especialmente potente, que são desenhados para atuar em pontos específicos do corpo humano. «Os bioplásticos do inventor podem ser produzidos em forma de chip, conter medicamentos contra o cancro e ser implantados mesmo ao lado dos tumores onde o medicamento é libertado por um processo natural que permite uma eficácia máxima», refere o comunicado do Instituto Europeu de Patentes, em comunicado.