O maior problema do filme Parque Jurássico reside na forma como os cientistas conseguiram replicar o ADN dos dinossauros. Sabe-se agora que o ADN não consegue resistir, na melhor das hipóteses, mais do que 6,3 milhões de anos em boas condições, pelo que não seria possível recuperar sangue de um mosquito preservado em âmbar para clonar um dinossauro.
Agora, um bioquímico britânico pensa ter a solução para esta questão. Num artigo no The Telegraph, o Dr. Alison Woolard, da Universidade de Oxford, diz que ao identificar e alterar certos genes presentes no ADN das modernas aves, os cientistas talvez consigam reconstruir o genoma dos dinossauros.
“Sabemos que os pássaros são descendentes diretos dos dinossauros, tal como fica provado por uma linha ininterrupta de fósseis onde se vê a evolução da linhagem de criaturas como o velociraptor ou o T-Rex até aos pássaros que encontramos hoje”, explica o Dr. Woolard. “O mais famoso destes é o Archaeopteryx, um fóssil que mostra claramente a transição entre os dinossauros com penas e as aves modernas. Esta evolução indica que no interior do ADN das aves modernas estão genes desligados que controlam as características de dinossauro”, acrescenta.
O bioquímico acredita assim que em teoria poderíamos usar o parentesco genético das aves modernas com os dinossauros para criar uma destas criaturas extintas há pelo menos 65 milhões de anos. Todavia, há desafios, sendo que o maior é entender o que compreende exatamente o genoma de um dinossauro de modo a saber o que editar do genoma de uma ave.