A IRAS 08572+3915 não é propriamente uma novidade – até porque já é conhecida há mais de 30 anos. O que é realmente novidade é a conclusão a que chegou a uma equipa de astrónomos que aponta a IRAS 08572+3915 como a galáxia mais luminosa no denominado «Universo Local» (num raio de dois mil milhões de anos-luz).
Segundo uma equipa de investigadores dos EUA e da Europa, a galáxia IRAS 08572+3915 tem a luminosidade correspondente àquela que é produzida por 10 biliões de estrelas similares às do Sol.
O estudo, que teve por base observações feitas com o Telescópio Espacial Herschel, da Agência Espacial Europeia (ESA), e do Telescópio Espacial Spitzer, da NASA, foi liderado por Andreas Efstathiou, da Universidade Europeia de Chipre. O projeto de investigação contou ainda com uma “ajuda portuguesa”: José Afonso, investigador da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa e diretor do Centro de Astronomia e Astrofísica da Universidade de Lisboa (CAAUL), é um dos 18 cientistas que trabalharam na análise da IRAS 08572+3915.
Sobre a galáxia de nome pouco amigo da memória, o investigador português faz a seguinte análise: «Esta é uma das galáxias mais extremas que conhecemos no Universo. A sua proximidade permite-nos compreender os processos que marcam a evolução de uma galáxia ao longo dos quase 14 mil milhões de anos da história do Cosmos».
Os investigadores acreditam que a nova galáxia, além de ser a mais luminosa das “redondezas”, é um testemunho dos primórdios do Universo. «Colisões entre galáxias, como a que levou à formação da IRAS 08752, eram muito frequentes no passado, quando o Universo possuía apenas 4 mil milhões de anos», atenta o investigador do CAAUL, em comunicado.
Durante os próximos tempos, a equipa de investigadores vai estudar os motivos que estão na origem da luminosidade da IRAS 08572+3915. Para esta segunda fase de estudo, os investigadores vão recorrer aos dados captados pelas 66 antenas captadas do novo telescópio ALMA.