Para descobrir se a natureza mais não é que uma simulação a correr num qualquer computador ainda desconhecido, a equipa de investigadores alemães pretende a recorrer a uma… simulação em supercomputadores da Universidade de Bona que permite fazer a comparação entre os princípios da física e o que ocorre num ambiente simulado.
A equipa liderada por Silas Beane tem por ponto de partida um modelo de cromodinâmica quântica que permite recriar as condições em que quarks e gluões interagem e formam protões e neutrões.
A simulação vai ser feita ao nível dos femtómetros (1 femtómetros = 0,000 000 000 000 001 do metro, ou se preferir, a mil-bilionésima parte de um metro). O que não permite replicar toda a imensidão do que nos rodeia, mas pelo menos permite confirmar se, a uma escala muito reduzida, as partículas mais elementares que formam o Universo realmente cumprem os princípios da física.
Segundo alguns princípios científicos, as partículas mais elementares são de alguma forma eternas – mas em ambientes simulados, devido às mais variadas condicionantes técnicas, essas mesmas partículas poderão ver a sua atuação limitada.
De acordo com a Technology Review, os investigadores alemães acreditam que poderão realmente apurar se tudo aquilo que tocamos ou vemos é ou não fruto de uma simulação através de medições de partículas de raios cósmicos: se estes raios que cruzam o espaço sideral se comportarem como preveem os princípios da física, então os investigadores podem concluir que o Universo é real como sempre o imaginámos. Se, pelo contrário, as medições de raios de partículas cósmicas não conseguirem ir além dos limites impostos pelos ambientes de computador… bom, então há uma grande probabilidade de tudo ser apenas fruto de uma simulação – inclusive o texto que acaba de ser aqui publicado.