O exoplaneta WASP-193 b tem 1,5 vezes o tamanho de Júpiter, mas apenas um décimo da massa deste planeta, sendo o segundo mais leve a ser descoberto, numa lista que já tem mais de 5400 registos. Apenas o exoplaneta Kepler 51 d se destaca por ser mais leve. O WASP-193 b está na órbita de uma estrela a uma distância 0,07 vezes a distância da Terra ao Sol, a mais de 1200 anos-luz do nosso planeta, completando uma órbita em apenas 6,2 dias terrestres.
“Descobrir estes gigantes com uma densidade tão pequena é muito, muito raro”, conta Khalid Barkaoui, do MIT, revelando que o WASP é um casos extremos da classe de planetas conhecidos por ‘puffy Jupiter’.
A descoberta deste exoplaneta foi possível com recurso ao Wide Angle Search for Planets (WASP), que consiste em dois observatórios robotizados e telescópios, um no hemisfério norte e outro no hemisfério sul, explica o Space.com.
O cálculo da massa do planeta foi feito com a observação do efeito gravitacional que exerce sobre a sua estrela, com a magnitude desta distorção a permitir aferir a massa. “Geralmente, os planetas grandes são fáceis de detetar porque são massivos e levam a um grande efeito puxão nas estrelas. O que foi difícil neste planeta foi que, mesmo sendo grande, a sua massa e densidade eram tão baixas que se tornou difícil de detetar com a técnica da velocidade radial”, revelam Julien de Wit, professor assistente no MIT.
A equipa necessitou de analisar quatro anos de observações do WASP para conseguir fazer esta descoberta. “Não conseguimos explicar como este planeta se formou baseando-nos nos modelos clássicos de evolução”, assume Francisco Pozuelos, investigador do Instituto de Astrofísica da Andaluzia.
Na Terra, a densidade é de 5,5 gramas por centímetro cúbico, em Júpiter desce para as 1,3 gramas e no WASP-193 b é de apenas 0,05 gramas por centímetro cúbico. “O planeta é tão leve que é difícil pensar em material sólido análogo. A razão pela qual dizemos que é parecido com algodão doce é porque ambos são feitos maioritariamente de gases leves em vez de sólidos. Este planeta é, basicamente, super-fofo”, explica Barkaoui.
A equipa vai continuar a investigar este exoplaneta, para descobrir mais sobre a sua composição e outras características.