O Departamento de Defesa norte americano (conhecido como Pentágono) anunciou um concurso para o desenvolvimento de uma frota de aeronaves pilotadas apenas por Inteligência Artificial (IA). A iniciativa foi lançada com o objetivo de conseguir duas empresas privadas para desenvolver as aeronaves.
O projeto tem o nome de Aeronaves de Combate Colaborativo (CCA na sigla em inglês) e fará parte de um programa que custará cerca de 6 mil milhões de dólares, o equivalente a 5,5 mil milhões de euros ao câmbio atual, de modo a produzir mais de mil aeronaves autónomas, que depois se irão juntar às fileiras da Força Aérea dos Estados Unidos (USAF).
Os caças pilotados por IA servirão como apoio às aeronaves de pilotos humanos e vão auxiliar missões de cobertura territorial, escoltas, apoio a incêndios e funções de reconhecimento, revela a publicação Interesting Engineering.
A aeronave deve ser capaz de voar pelo menos a 30 pés (9,1 metros) acima do solo de forma autónoma e a velocidades de 966 km/h. Os drones pilotados por IA terão de cumprir vários requisitos como realizar manobras arriscadas, escoltar e proteger aeronaves tripuladas, transportar armas para atacar alvos no solo e no ar, e ainda atuar como batedores.
O Pentágono pretende selecionar duas empresas até ao verão para produzir centenas de aeronaves nos próximos cinco anos. Espera-se que cada avião custe entre os 10 e os 20 milhões de dólares. Para entender melhor estes valores, é preciso ter em conta que um novo F-35 custa cerca de 100 milhões de dólares, enquanto um B-21 pode custar mais de 750 milhões dólares por unidade. Ou seja, as novas aeronaves de apoio terão um custo muito inferior ao das aeronaves pilotadas por humanos.
O secretário da Força Aérea, Frank Kendall, afirmou, em declarações ao The Wall Street Journal, que “os aviões pilotados por IA oferecem muitas coisas que os aviões de combate tripulados tradicionais simplesmente não foram projetados para fazer”.
A Boeing, Lockheed Martin, Northrop Grumman, General Atomics e Anduril Industries já confirmaram a intenção de concorrer ao programa e desenvolver os aviões autónomos.