Não é segredo para quem segue a Tesla que o líder da marca, Elon Musk, considera que a funcionalidade Full Self-Driving (FSD) ou, em Português, Condução Autónoma Total, é uma das características mais diferenciadoras do fabricante norte-americano. O empreendedor já referiu, por mais que uma vez, que esta funcionalidade estava subvalorizada e já foram vários os aumentos aplicados para quem pretende adquirir a FSD. É importante referir que este opcional é totalmente baseado em software, já que todos os Tesla fabricados nos últimos anos estão equipados com o hardware necessário (câmaras e/ou sensores) para ativar este sistema avançado de apoio à condução.
De acordo com o próprio Musk, que usou novamente o Twitter para fazer o anúncio, a partir de 5 de setembro a funcionalidade FSD vai passar a custar 15 mil dólares, três mil mais do que os atuais 12 mil dólares. Musk indicou que as encomendas feitas até 5 de setembro serão respeitadas, ou seja, terão o preço atualmente em vigor. Isto para o mercado americano.
Também no Twitter, Elon Musk publicou que os dois principais objetivos que tem para este ano são colocar a Starship em órbita e fazer o lançamento amplo do FSD, adicionado que estes são dois desafios gigantes, que vão precisar de um “trabalho insano por muita gente supertalentosa”. É importante referir que Musk já prometeu que a Tesla iria ter a capacidade de condução autónoma total por mais que uma vez e que tem falhado, até agora, as previsões.
Valerá a pena?
Este aumento de preço é, supostamente, uma consequência da melhoria da FSD, que deverá ficar disponível para muitos mais condutores de Teslas a 5 de setembro. Mas é importante referir que na Europa esta funcionalidade está profundamente limitada, até por razões regulamentares. Mesmo nos Estados Unidos, as funcionalidades mais avançadas, que já permitem que o carro assuma a condução total, embora com supervisão obrigatória do condutor, estão, por enquanto, limitadas a um grupo de utilizadores que estão a testar o serviço.
Em Portugal e na Europa, a “Capacidade de condução autónoma total” é um opcional de €7500 (informação disponível no site da Tesla para Portugal) e a Tesla não divulgou qualquer informação sobre alterações deste valor.
Mas, como referido, considerando que este sistema está serialmente limitado por cá, a solução que faz mais sentido para o mercado nacional é o nível abaixo do FSD, o “Autopilot Aperfeiçoado”, que disponibiliza “navegar em Autopilot” (seguir a estrada e manter a distância para o veículo da frente), “Mudança de faixa automática”, “Estacionamento automático” e os modos Summon básicos (movimentos de curta distância com o condutor fora do carro).
A aquisição do FSD, sobretudo em Portugal, pode ser visto como um investimento para uma hipotética capacidade futura, já que não há qualquer garantia quando e se a regulamentação europeia vai permitir que a Tesla disponibilize esta tecnologia. E também não há garantias que, como promete Musk, a Tesla consiga desenvolver um sistema de condução totalmente autónoma baseada no hardware que equipa os carros da marca atuais.