Volte-face inesperado na estratégia da Huawei para a quinta geração de telecomunicações móveis (5G): a empresa admite vender a tecnologia a compradores ocidentais que queiram criar uma nova empresa rival e que consiga trazer maior equilíbrio ao mercado.
A informação é avançada pela publicação The Economist, que entrevistou Ren Zhengfei. «Uma distribuição equilibrada de interesses é propícia para a sobrevivência da Huawei», considerou o líder da gigante chinesa. Sobre quem poderão ser os potenciais compradores, o CEO diz não saber, com a revista norte-americana a escrever que um consórcio de investidores poderia avançar com a aquisição.
A acontecer, o negócio seria avaliado em vários milhares de milhões de euros e incluiria o acesso a patentes, licenças de utilização, código fonte, esquemas técnicos e conhecimento de produção. Na prática, quem comprasse a tecnologia 5G da Huawei ficaria em pé de igualdade com a empresa chinesa nesta área e poderia a partir desse momento alterar a tecnologia a bel-prazer – o que é visto com um convite para quem criar uma empresa para servir mercados específicos, como os EUA, que estão em “guerra” com a Huawei.
Apesar de estar disposta a vender a tecnologia 5G, a Huawei continuaria a ser um “concorrente” neste mercado. O dinheiro da hipotética venda seria usado para financiar as áreas de investigação da empresa.
«O 5G representa velocidade e os países que tiverem velocidade vão avançar mais rapidamente. Pelo contrário, os países que desistirem da velocidade e de conectividade excelente podem ver um abrandamento económico», sublinhou o CEO da Huawei sobre a importância da nova geração de redes móveis.