A Apple despediu centenas de trabalhadores na Europa – pelo menos 300 na Irlanda, com o The Guardian a dizer que outros países foram afetados – que tinham sido contratados para ouvir os comandos de voz dos utilizadores feitos através da Siri.
Os funcionários em questão tinham como missão ouvir algumas gravações feitas através da Siri para classificar a eficácia do sistema de processamento de linguagem natural da assistente digital. Mas por causa deste programa, alguns dos funcionários tiveram acesso a informação sensíveis dos utilizadores, incluindo dados médicos e áudios de pessoas a terem relações sexuais.
A Apple – juntamente com a Google, Microsoft e Facebook – foi apanhada num “escândalo” de privacidade por causa dos assistentes de voz e colunas inteligentes e já tinha anunciado anteriormente que o programa de classificação das gravações iria ser suspenso.
A própria Apple esclareceu nesta quarta-feira que só «no outono» serão retomadas as avaliações de gravações feitas através da Siri, mas em vez de manter uma cópia do áudio, a Apple vai usar transcrições geradas por computador para melhorar a assistente de voz. Os utilizadores vão ter a possibilidade de escolher se querem partilhar os dados e, mesmo que tenham dito que sim, mais tarde poderão retirar a autorização a qualquer momento.
«Como resultado da nossa análise, percebemos que não cumprimos os nossos princípios e por isso pedimos desculpa», sublinha a Apple em comunicado.
Ainda segundo a notícia do The Guardian, os funcionários despedidos só souberam da dispensa com uma semana de antecedência e todos fazem parte de empresas externas que prestam serviços para a gigante norte-americana.