A Meta registou receitas de 28,8 mil milhões de dólares no trimestre que terminou em junho, menos 1% do que no trimestre anterior e um declínio face ao que foi registado no mesmo período do ano passado. Esta redução é inédita nos dez anos em que a empresa está em bolsa, desde 2012. Nos lucros, a situação ainda é pior: quebra de 36% face ao mesmo trimestre do ano passado para os 6,7 mil milhões e uma grande reversão face ao ano anterior em que o lucro duplicou.
A empresa explica que o preço médio do anúncio caiu 14% comparado com o ano passado e cita que a crise económica é o principal fator para essa redução. Por outro lado, o número de utilizadores mensais ativos reduziu de 2,936 mil milhões para os 2,934 mil milhões, embora essa redução fosse esperada dados os “bloqueios de Internet relacionados com a guerra na Ucrânia”, explicou Zuckerberg aos analistas.
Inflação, receios de recessão e um período onde se espera um lento crescimento são algumas das razões apontadas para a necessidade de a Meta começar a controlar melhor a produtividade dos seus trabalhadores e aplicar um quadro de avaliação de desempenho mais rígido. As notícias sobre este ‘apertão’ anunciado pelos executivos foram surgindo nos últimos dias, antes da publicação dos resultados financeiros da empresa.
“Esta é uma das piores quebras que vimos na história recente”, disse Zuckerberg aos trabalhadores da empresa no início do mês, quando revelou que planeia cortar em 30% a contratação de engenheiros. Aos analistas e investidores, na quarta-feira, o executivo explicou que a empresa “reduziu as contratações e os planos de despesas globais para este ano para poder lidar com um ambiente operacional mais desafiante, ao mesmo tempo que dirigimos recursos para as prioridades da empresa”, cita a CNN. “Muitas equipas vão diminuir para que possamos transferir energia para outras áreas na empresa”, afirmou o responsável.
As expetativas para o próximo trimestre são de redução também, com a empresa a prever 26 a 28,5 mil milhões de receitas, o que, mesmo no valor mais elevado, representa uma quebra de 1,76% face ao ano passado.
Também a Twitter e a Snap, entre outras tecnológicas, estão a apontar a redução do preço dos anúncios e a crise como justificações para os seus resultados financeiros.
Sheryl Sandberg, a responsável operacional da Meta, tentou devolver confiança aos mercados, afirmando que “a Meta é uma empresa que mostrou já uma extraordinária resiliência” e explicando que “fizemos grandes transições, como a mudança de desktop para o mobile e dos Feeds para as Stories. Os investimentos que estamos a fazer nos Reels, no nosso motor de descoberta, nas mensagens empresariais, no controlo do sistema de anúncios e especialmente em construir o metaverso representam enormes oportunidades para o nosso negócio”.