É na Quinta da Barroca, em Armamar, que vai nascer o novo projeto de luxo do Douro. Concorrente direto de unidades como o Six Senses Douro Valley, o resort de 5 estrelas, focado no bem-estar, vai contar 70 quartos, piscinas, 50 villas privadas e um SPA, tudo isto rodeado por 26 hectares de vinha e pomares. E com uma deslumbrante vista para as serras do Marão, Alvão e Montemuro. Resultará de um investimento global na ordem dos €50 milhões e abrirá as portas ao público em 2027.
A propriedade, adquirida com recurso a capitais privados em 2024, é atualmente a casa de um hotel rural de 3 estrelas, que continua em funcionamento. “A Quinta da Barroca foi especificamente escolhida pelos seus atributos únicos e pela tranquilidade que a rodeia, que são essenciais para a experiência excecional que queremos oferecer aos nossos clientes”, revelam, em primeira mão, à EXAME, Lior Zach e George Vinter, os responsáveis do BOA Hotels. Um espaço onde a serenidade permite retiros de luxo que ajudem os hóspedes a recuperar energias.
Destinado a, “em primeiro lugar, portugueses e expatriados a viver em Portugal”, posiciona-se num segmento alto e quer fazer concorrência às melhores unidades do País. “Vai ser um destination resort”, garante Lior. “Estamos a competir com os melhores resorts e hotéis do País, e não apenas do Douro, neste segmento dos refúgios de SPA”, continua.
“Queremos chamar a nós pessoas que apreciam qualidade e uma experiência de hospitalidade sofisticada”, acrescenta George. A dupla israelita que fundou o BOA Hotels vive em Portugal há 5 anos, mas há mais de uma década que acumula experiência no setor da hotelaria. Desenvolveram os seus percursos profissionais em grupos como o Six Senses ou o Selina. Hoje, são empreendedores, e para além de Portugal já estão também com um pé na Grécia onde, em 2026, abrirão um boutique hotel & SPA de 28 quartos na ilha de Paros, em Lefke.

Isto significa que 2024 marca a consolidação da marca, que nasceu com o projeto hoteleiro do Porto, o Village by BOA. Num resumo muito simplista, uma unidade de aparthotel com serviços de luxo, totalmente integrado no ‘Bairro do Silva’, onde reconverteram 5 edifícios, preservando a estrutura e a memória de cada um deles.
Na Quinta da Barroca, a filosofia será praticamente a mesma. “Melhorando a infraestrutura existente, bem como os serviços, vamos conseguir criar um destino de bem-estar sofisticado, que vai responder à crescente procura por este tipo de Turismo, e que vai permitir aos nossos hóspedes uma experiência verdadeiramente memorável”, revelam, entusiasmados, os empresários.
Nesse sentido, acrescentam que vão usar sobretudo produtos locais e converter a agricultura existente para biológico enquanto respeitam a herança da propriedade. “Já estamos a trabalhar com o município de Armamar e com organizações agrícolas da região, como o Pomar D’Ouro e a Associação de Fruticultores do Concelho de Armamar”, por forma a conseguir contribuir também para o desenvolvimento da comunidade envolvente.
O projeto de arquitetura do resort será assinado pelo ateliê FAT – Future Architecture Thinking, ficando o design de interiores, novamente, a cargo do Bacana Studio. Os responsáveis do BOA Hotels contam começar a reconverter o projeto já no final deste ano, para que seja possível cumprir o prazo de abertura em 2027. A dupla acredita que será possível chegar ao break-even deste projeto num prazo de cinco a seis anos, admite à EXAME.
Para o novo resort de 5 estrelas, o grupo conta ainda criar 100 novos postos de trabalho, com George a sublinhar que “será dada prioridade à comunidade local”, em termos de recrutamento, mas notando que, à semelhança do que têm feito desde que começaram a atividade, vão “contratar as melhores pessoas para cada posição”. Questionados sobre se, nesta altura, não é ambicioso conseguir um número tão elevado de recursos humanos – a escassez de trabalhadores na área é uma realidade em todo o País – os responsáveis relativizam, notando que “o recrutamento é um desafio em qualquer lugar do mundo”.