A fasquia estava alta. Mas as empresas da bolsa portuguesa conseguiram superá-la. Após um 2022 em que os lucros dispararam, no ano passado as cotadas nacionais conseguiram fazer ainda melhor e fixar mais um recorde nos seus resultados. O desempenho mais positivo do que o esperado da economia, a queda de custos de produção e a capacidade para ditar preços foram antídotos importantes contra o efeito dos juros altos. Assim, em 2023, os lucros agregados das empresas do PSI cresceram 15%, para €5 388 milhões, segundo cálculos da EXAME. Este valor inclui os dados das 14 cotadas que divulgaram as contas até à data do fecho desta edição.
O BCP foi um dos principais responsáveis pela evolução positiva das contas, mais do que quadruplicando o resultado líquido, para €856 milhões, num ano que correu de feição para as instituições financeiras (ver caixa). Excluindo os números da única entidade bancária presente no índice de referência da bolsa portuguesa, a evolução foi bem mais modesta. As empresas não financeiras reportaram um lucro agregado de €4 534 milhões, um acréscimo de 1,2%. Ainda assim, trata-se de um valor recorde, alcançado num ano com uma conjuntura bem mais desafiante do que a de 2022, exercício que tinha sido marcado pelo forte crescimento da economia e pelo efeito da inflação no aumento das vendas.