Foi num bonito dia de inverno – céu azul, poucas nuvens, frio moderado – que chegámos à sede da Vacheron Constantin, nos arredores da cidade suíça de Genebra. É a mais antiga empresa de relógios daquele país e sempre se destacou pela qualidade, pela exclusividade e pelo rigor que empresta a cada modelo que chega ao mercado – as listas de espera são grandes, mas a equipa da Vacheron garante que a todos os clientes é dada a mesma oportunidade. Aqui, clientes antigos não passam à frente quando esperam por um relógio, porque todos devem ter direito a experimentar um Vancheron Constantin.
Hubert Himmer é o rosto do entusiasmo. Austríaco radicado na Suíça há mais de 20 anos, chegou ao pequeno país porque a mulher teve uma oferta de emprego. Relojoeiro de profissão, bateu à porta da Vacheron Constantin, onde está há quase três décadas. É ele quem acompanha os jornalistas nesta visita, tal como faz quando há clientes ou profissionais que vêm conhecer a manufatura, dado que a fluência em inglês e alemão – e a facilidade em comunicar! – lhe ofereceram essa oportunidade. Começa por nos chamar a atenção para o edifício, inaugurado em 2004 e expandido em 2014, cuja arquitetura representa parte da cruz de Malta, escolhida para representar a marca por ser símbolo de precisão desde a sua criação. Enquanto nos mostra uma réplica do calibre 1400, que está em exposição ao lado de algumas mesas de trabalho, vamos espreitando o trabalho minucioso a que Andrew, um jovem que andará na casa dos 20 anos, se dedica: é manualmente, com uma pequena lâmina, que o artesão alisa os cantos de uma peça que quase não conseguimos ver, na ponta de uma pinça que segura com a outra mão.