Trabalharam lado a lado no governo de Passos Coelho – Isabel como secretária de Estado do Tesouro, Cristina como chefe de Gabinete de Maria Luís Albuquerque, então ministra das Finanças – e cruzaram-se, várias vezes, no papel de reguladora e de regulada. Aliás, assim que se senta nos sofás do Martinhal Chiado, Isabel Castelo-Branco faz esse disclaimer com uma gargalhada, avisando que é possível que discordem em vários assuntos ao longo da conversa. A CEO do BPI Vida e Pensões lembra, a sorrir, que Cristina Dias ainda não consegue abandonar a posição de reguladora, depois de vários anos a trabalhar na CMVM. Mas, apesar dos desacordos, ambas as executivas estão alinhadas na identificação dos atuais desafios existentes no mercado de capitais nacional: falta literacia, falta dimensão, faltam incentivos à poupança, e há um “rolo compressor” na “máquina da regulação” que Isabel Castelo-Branco considera fundamental aliviar para se conseguir um melhor desempenho. No entanto, avisa, não lhe parece que seja algo solucionável a médio prazo.
Girl Talk: O estado da arte do mercado de capitais
Melhorar a comunicação, incentivar a poupança e investir em literacia financeira. Cristina Dias, funcionária no Parlamento Europeu, e Isabel Castelo-Branco, CEO do BPI Vida e Pensões, juntaram-se para falar sobre o estado da arte no mercado de capitais nacional e para refletir sobre os desafios do futuro