A Deloitte vai abrir em Portugal dois centros tecnológicos que vão servir o grupo numa lógica global, num processo de expansão que foi apresentado esta quarta-feira, em Lisboa, num evento com a presença do Primeiro-Ministro, António Costa.
Em causa estão dois “centros de excelência”: o Global Tech Solutions Centre of Excellence e o Global Telecom Networks Centre of Excellence que estarão maioritariamente vocacionados para prestação de serviços a nível mundial, e irão funcionar de forma integrada com outros centros da rede global da Deloitte.
Este modelo é pioneiro dentro do grupo, segundo avançou o CEO da Deloitte Portugal, António Lagartixo, e Portugal venceu um processo competitivo com outros mercados que pretendiam servir de localização a estas estruturas, que farão uma ligação mais estreita com a rede Deloitte e os seus clientes dos EUA e da Europa. A Deloitte prevê contratar entre 1500 e 2000 novos trabalhadores nos próximos anos, aumentando em perto de 80% o número de profissionais mais ligados ao talento tecnológico. A Deloitte tem cerca de três mil funcionários no nosso País.
Com esta aposta vem também uma expansão dos locais nos quais a consultora está presente em Portugal. Os trabalhadores destes centros de excelência ficarão distribuídos por Lisboa, Porto, Braga, Setúbal, Viseu, Faro, Coimbra e Leiria.
Segundo Lagartixo, “estes não são centros low-cost”, mas sim hubs de inovação que vão “desenvolver soluções tecnológicas de altíssimo valor acrescentado”. O responsável salientou os fatores que, no seu entender, foram decisivos: as capacidades demonstradas consistentemente pela Deloitte Portugal; o nosso sistema de ensino, com reflexos no talento criado; as infraestruturas tecnológicas do País; e “a nossa tradicional capacidade de adaptação e de trabalhar com outras culturas”.
António Costa saudou o plano de expansão e o investimento nestas áreas tecnológicas, salientando o caminho feito no sistema de ensino ao longo das últimas décadas. Relembrou mesmo que, na Europa, só a Alemanha e a Áustria têm uma maior percentagem de licenciados em Engenharia, tendência que quer ver ainda mais intensificada.
O Primeiro-Ministro admitiu que a fuga para o estrangeiro da “geração mais qualificada de sempre” é um problema grave que tem de ser combatido: “diria que é mesmo o maior desafio que temos pela frente”. “Uma geração mais qualificada é também uma geração mais exigente”, lembrou.