A Siemens Portugal está a dar cartas nos projetos de Indústria 4.0 a nível nacional, estando para isso a investir forte na área da inovação e digitalização. Para dar continuidade a esse objetivo está a avançar com a criação de uma rede de centros tecnológicos de cocriação e ideação.
“Temos já dois em funcionamento nas instalações em Alfragide e no Freixieiro (Porto), e estamos a equacionar novas localizações em universidades e institutos politécnicos. Estas estruturas de apoio ao desenvolvimento de projetos de modernização industrial fazem parte do investimento que estamos a realizar no âmbito da digitalização do país, até 2020, no valor de 25 milhões de euros”, revela Pedro Pires de Miranda, presidente executivo da empresa. Segundo o balanço feito pelo presidente da companhia em Portugal, em 2018, o centro de Alfragide recebeu mais de 400 visitas e nele foram desenvolvidos cerca de 20 projetos e provas de conceito, em áreas tão diversas como a realidade aumentada ou a impressão 3D com fabrico aditivo.
“A indústria 4.0, ou quarta revolução industrial, está a mudar a forma como vivemos, trabalhamos e nos relacionamos uns com os outros. Esta transformação digital será, em escala, abrangência e complexidade, diferente de tudo o que já se experienciou até ao momento. Impulsionadas por avanços em áreas como a inteligência artificial, a Internet das Coisas ou a velocidade de computação, indústrias de todos os tipos – da automóvel à aeroespacial, passando pelo retalho – estão a mudar a forma como operam e como desenvolvem os seus produtos, soluções e serviços”, explica o presidente.
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DR/Siemens
O centro do Freixieiro, no Porto, foi inaugurado em julho e vai dar continuidade ao trabalho já realizado no i-Experience Center 4.0, em Alfragide, na sede da empresa. Este é um local dedicado à modernização da indústria, à digitalização e, por isso, à persecução de uma maior eficácia e eficiência dos processos industriais. Visa apoiar o desenvolvimento de projetos destinados à indústria com base na utilização de novos elementos tecnológicos disponibilizados pela Siemens e faz parte da Academia Siemens 4.0, uma das medidas estratégicas apresentadas pelo Governo que resultaram da iniciativa Indústria 4.0. “É nestes espaços que, através dos equipamentos que disponibilizamos e da experiência e competências que temos, ajudamos a testar ideias e novos conceitos tornando-os realidade”. São incubadoras de soluções digitais e, por isso, abertos a quem queira participar.
Segundo este responsável, estes espaços pretendem fomentar a criação de parcerias com empresas, academia e startups nas localidades em que estão integrados e disponibilizar tecnologias de simulação 3D em projetos com analítica aplicacional. “Todo o processo de criação está assente em MindSphere, o sistema operativo aberto da Siemens para a Internet das Coisas, baseado na nuvem. Através desta plataforma digital aberta todos os produtos, instalações, processos e equipamentos que compõem o processo produtivo ficam conetados entre si. Tal permite uma análise rápida e eficaz de grandes quantidades de dados através de computação na nuvem ou em edge computing, num ambiente cyber secure”, explica Pedro Pires de Miranda.
Outro dos objetivos prioritários da empresa é incentivar os colaboradores a desenvolverem as suas competências, desafiando-os a aprender constantemente. “A Siemens investiu em 2018, a nível global, mais de 514 milhões de euros na formação e desenvolvimento contínuo das suas pessoas. Em Portugal, só no ano passado, os nossos colaboradores tiveram 54.200 horas de formação, em formato presencial e e-learning, com um foco cada vez maior nas áreas da digitalização.”