Em resposta a uma pergunta da eurodeputada Simone Schmiedtbauer, Elisa Ferreira disse ter escrito uma carta à presidente-eleita da Comissão Europeia, em que se compromete a “tomar todas as medidas necessárias para evitar qualquer percepção de conflito de interesses”. “Isso significa, em particular, que me vou abster de qualquer de qualquer participação ou decisão que diga respeito à implementação de fundos europeus que estejam sob a minha responsabilidade é que possam, directa ou indirectamente, ter impacto no interesse pessoal do meu marido, enquanto presidente deste instituto.”
Ainda assim, a ex-administradora do Banco de Portugal, fez questao de sublinhar que não vê motivo para que venha a existir qualquer conflito, uma vez que se trata de uma instituição pública, que responde ao ministro encarregue pelo Planeamento. Já no final da audição, em declarações aos jornalistas, disse que decidiu fazer esse esclarecimento adicional porque cada país tem regras diferentes. “Estou convencida de que isto nunca acontecerá, porque temos um sistema baseado em regras. O meu marido nunca se reuniu com o anterior comissário, o anterior comissário nunca teve de decidir nada sobre ele, mas quis deixar isto muito claro, enviando esta carta”, acrescentou.
Recorde-se que a comissão de Assuntos Jurídicos, que ficou satisfeita com os esclarecimentos da portuguesa em relação à posse de títulos da Sonae. Elisa Ferreira comprometeu-se a vender os 13.800 euros em ações que detém. Em declarações aos jornalistas, o eurodeputado francês Younous Omarjee, presidente da Comissão de Desenvolvimento Regional, já tinha desvalorizado o tema. “A comissão analisou e não se mostrou preocupada. A posição do marido de Elisa Ferreira não constitui um possível conflito de interesses”, concluiu.