A EDP vai investir €12 mil milhões nos próximos quatro anos e vender mais de €2 mil milhões em ativos sobretudo na Península Ibérica, para se concentrar na geração de energia renovável e apostar na América do Norte e na Europa.
Segundo o plano estratégico 2019-2022 apresentado esta terça-feira em Londres, o valor representa um aumento de 60% em relação ao ritmo de investimento anual que estava previsto no ciclo 2016/2020. 75% do investimento será concentrado nas renováveis e, na mesma percentagem, nos mercados norte-americano e europeu.
O caminho apresentado pela EDP passa por reduzir a exposição da geração de negócio à Ibéria, para crescer em contrapartida na América do Norte e no resto da Europa. A venda de participações maioritárias, focada na região da Ibéria e na capacidade térmica, deverá estar concluída no próximo ano/ ano e meio.
A empresa espera ainda acrescentar €4 000 milhões provenientes da rotação de ativos, o que eleva o plano de realocação de capital a um total de €6 000 milhões. O investimento líquido (excluindo vendas de ativos) será superior a €7 mil milhões.
A racionalização do portefólio e a geração de cash-flow deverá ainda ser acompanhada de uma redução da dívida líquida em €2 mil milhões, de €13,5 mil milhões em 2018 para cerca de €11,5 mil milhões em 2022.
O objetivo é que as alterações implementadas levem o resultado líquido recorrente a crescer a um ritmo de 7% ao ano para superar os €1 000 milhões em 2022, permitindo ainda remunerar os acionistas num total de €3 000 milhões entre 2019 e 2022.
O plano estratégico para os próximos quatro anos surge cerca de um mês depois do fundo norte-americano Elliott, que tem 2,9% da EDP, ter proposto um plano para a elétrica, que passa por focar o portefólio (com a venda da EDP Brasil e de ativos ibéricos), reduzir a alavancagem “excessiva” e aumentar a capacidade de investimento.
Pelos planos da Elliott – que a EDP prometeu, na altura analisar – a venda de ativos geraria um encaixe de €7,6 mil milhões, financiando a redução do custo da dívida (€2,8 mil milhões), a recompra de ações (€1,2 mil milhões) e o aumento da capacidade renovável, com €3,5 mil milhões.
*em Londres, a convite da EDP