Quantas heranças de família foram construídas, pedra sobre pedra, pelas mãos de um antepassado? Pedras a sério, daquelas que se casam para fazer muros e paredes. E dessas, quantas é que ainda estão de pé, ao fim de 135 anos, e ainda na posse da mesma família? Desse número, que se conta, certamente, pelos dedos de uma mão, quantas estão presentes na vida de outras famílias, pelo mundo inteiro? Nas celebrações, nos encontros, nas despedidas, nos momentos de sossego e reflexão. Quantas? Uma: Glenfiddich.
Tudo começou em 1886, quando William Grant conseguiu poupar o suficiente para, com a ajuda da mulher e dos nove filhos, lançar a primeira pedra daquela que, ao fim de cinco gerações, ainda havia de ser a destilaria da família. O Vale do Veado (é esse o significado do nome gaélico Glenfiddich) fica lá longe, junto à fronteira das Terras Altas da Escócia, na localidade de Dufftown, onde muitos vikings (presumivelmente) perderam as botas. É uma terra distante, de tempo inclemente, com Invernos que parecem nunca mais acabar e Primaveras tardias que trazem consigo o dourado dos campos de cevada, ingrediente essencial na produção do whisky. Se a localização poderia convidar ao isolamento, a verdade é que tem o efeito oposto: uma vontade de criar laços com essa grande família mundial de apreciadores de whisky escocês single malt.
É neste espírito que a Glenfiddich acaba de criar uma parceria com o Chef Alexandre Silva. Chama-se Maverick’s Table e é um projeto em que o Chef português, que lidera as cozinhas dos restaurantes LOCO e FOGO, é convidado a integrar este whisky na sua gastronomia e nos seus cocktails. O termo “Maverick”, caracteriza bem a alma desta parceria: uma união de duas mentes pouco ortodoxas, que vivem de forma independente e de acordo com as suas próprias regras, que se sentam à mesma mesa para criar algo cujo resultado final será maior e melhor que a soma das partes.
Viagem inspirad(or)a
O ponto de partida desta parceria foi a viagem de Alexandre Silva à destilaria de Glenfiddich, onde o Chef encontrou a inspiração necessária para usar este Single Malt nos seus pratos. Não podia ser de outra maneira. Uma coisa é saber, que algo existe, outra, é ver, com os próprios olhos, as pedras que ali foram colocadas à mão, os 28 alambiques de cobre, que mantêm o tamanho e o formato originais, e os gigantescos cascos de carvalho, onde o whisky repousa até ser tempo de ser engarrafado. E que dizer da oportunidade de degustar, in loco, cada um dos whiskies?…
Qual alambique, a cabeça do Chef fervilhou com ideias. “Quando recebi este convite de Glenfiddich, não tive dúvidas. Um whisky cheio de história e essência, que conheço desde sempre, será o elemento ideal para criar cocktails diferentes e harmonizar os meus pratos da forma mais inovadora possível. Da viagem à Escócia, trago a inspiração que precisava para concretizar este desafio tão especial”, conta Alexandre Silva.
O resultado final deste projeto consistirá em dois jantares únicos que serão organizados no LOCO, o primeiro restaurante do Chef Alexandre Silva, que conta com uma estrela Michelin renovada sete vezes. A primeira destas experiências multissensoriais vai decorrer em Março, a segunda, em Setembro.
Já para o FOGO, o restaurante e bar onde, como o próprio nome indica, tudo é cozinhado com fogo – esse elemento essencial à produção do whisky –, Alexandre Silva vai criar uma nova carta de cocktails inspirada na sua viagem à Escócia e nos aromas, história e identidade de Glenfiddich, e que estará disponível já a partir de Fevereiro.
É caso para dizer que nunca foi tão fácil transportar-se para os campos de cevada da Escócia. Basta fechar os olhos e deixar-se levar.