Estamos fartos de saber que o mundo anda perigoso. E, não, não vamos dar aqui mais tempo de antena ao novo e auto-proclamado messias nacional, o tal que promete “mudar a alma dos portugueses”. A ideia é deixar umas breves notas sobre algo bem diferente e sublinhar que hoje, amanhã, para a semana, ou daqui a um mês, podemos assistir ao que Stefan Zweig chamou Momentos Decisivos da Humanidade. Quando Trump diz que Putin o desiludiu imenso e está “completamente louco” e o Presidente russo acusa o seu homólogo americano de viver agora sob uma enorme “sobrecarga emocional” podemos temer o pior? Talvez a resposta seja afirmativa, com o inquilino da Casa Branca a falar agora em sanções a Moscovo e a aconselhar o Kremlin a “não brincar com o fogo“. Então e a disponibilidade de ambos para se encontrarem pessoalmente, em Istambul, a 2 de junho? A confirmar-se esse eventual frente a frente na antiga Constantinopla, no qual pretende estar presente Volodymyr Zelensky, será possível pôr termo à “operação militar especial”, iniciada a 24 de fevereiro de 2022, que já fez centenas de milhar demortos e feridos na Ucrânia? É difícil. Não se resolve em meia dúzia de horas um conflito que está a redesenhar toda a arquitectura de segurança na Europa, com brutais implicações globais.
Depois, é ainda importante destacar o papel de outros atores secundários. O londrino Times noticiou anteontem que o Irão celebrou acordos com diversos grupos mafiosos e de narcotraficantes para que estes levem a cabo um programa de assassínios seletivos na Europa, como ficou supostamente demonstrado, em novembro de 2023, em Madrid, com o ataque a Alejo Vidal Quadras, um físico e político catalão que militou no Partido Popular e foi vice-presidente do parlamento Europeu, antes de fundar o Vox com Santiago Abascal. Qual o interesse da República Islâmica? Provocar Israel, como acreditam vários serviços secretos do Velho Continente e o FBI, e avançar com o seu programa de armas atómicas?
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