Há pouco mais de um mês, no início de setembro, escrevi nesta newsletter que tinha uma espécie de desejo de rentrée política: que os nossos governantes tivessem bom-senso, e que conseguissem colocar Portugal acima dos seus egos. Já na altura o Orçamento do Estado (OE) para 2025 enchia os pensamentos de todos os que ocupam um lugar na Assembleia da República e, consequentemente, fazia parte do nosso quotidiano.
É óbvio que não tenho a pretensão de que qualquer um dos deputados leia as minhas palavras – embora talvez não fosse má ideia ligarem mais ao que pensam os seus cidadãos – mas aquilo que tem acontecido faz parecer que estão mesmo a brincar com coisas sérias. O PSD já acomodou na proposta do OE para 2025 tantas medidas do PS que às tantas já nem entendemos bem que partido delineou o documento. A garganta de Luís Montenegro parecia inchada de tanto “sapo” que teve de engolir aquando do anúncio das modulações que fez à proposta inicial do documento – e que apelidou de um “esforço de aproximação considerável” às expectativas do PS.