Portugal está a arder há vários dias, com temperaturas extremamente elevadas e fogos de norte a sul do País. E hoje o dia começa com mais de uma centena de concelhos em risco máximo de incêndios. Quando olhamos para as imagens desoladoras de aflição das famílias com as suas casas a arder, todos os meios parecem poucos e todas as medidas insuficientes. Porém, este é o tipo de análise superficial a quente que não acrescenta qualquer valor.
Muita coisa melhorou face a 2017, ano fatídico inscrito na memória nacional como a “tempestade perfeita” de fatores que se conjugaram para a tragédia. Temperaturas elevadas, secura extrema, ventos fortes, falta de limpeza, duas frentes de incêndio conjugadas, falhas nas comunicações, falta de coordenação e de meios. O resultado foram 118 mortos num ano, valor que ninguém pode esquecer. Esta foi a toada estridente de alarme para governo, autarquias, proteção civil, bombeiros e populações. E que obrigou a recentrar o País no essencial: Se o “novo normal” são as situações climatéricas adversas, é impossível impedir o fogo, mas a prioridade tem de ser preveni-lo, minorar os seus efeitos e, sobretudo, salvar vidas a todo o custo.
É justo dizer-se que, comparando com o que vem de trás, houve uma redução no número de ignições e melhoria de eficácia do ataque inicial.
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