Entre 1936 e 1944, o presidente do Conselho de Ministros, António de Oliveira Salazar, assumiu, “interinamente”, a pasta da Guerra (o Ministério da Guerra antecedeu o da Defesa Nacional). O importante cargo da Defesa, uma das funções de soberania do Estado, foi, assim, desempenhado pelo chefe do Governo, no período crítico das guerras: a Guerra Civil de Espanha e a II Guerra Mundial. (Aliás, Salazar também sobraçou, durante esse período, a pasta dos Negócios Estrangeiros). Já veremos porque vem este facto histórico à colação, para aqui chamado, apenas, a título de curiosidade. Mas observemos, para já, o enquadramento.
Esta semana, uma crise inesperada abalou as estruturas do Ministério da Defesa, com a divulgação da investigação sobre o envolvimento de militares portugueses, que participavam numa missão de paz, no âmbito das Nações Unidas, no teatro de operações da República Centro-Africana, em tráfico de ouro, de diamantes de sangue e de droga.