Trouxe um bloco de apontamentos, com notas rabiscadas a letras gordas, e bebeu uma mistura de chás pretos enquanto conversávamos aconchegados de um dia frio no interior de uma gelataria do Porto. Britta Thomsen, 67 anos, é a dinamarquesa que melhor conhece Portugal. Além de passar cá uma parte do seu tempo, é a comentadora-mor da atualidade política nacional no espaço mediático do seu país. A ex-eurodeputada social-democrata integra ainda a Fundação Europeia de Estudos Progressivos (FEPS), o único think tank socialista a nível europeu, liderado pela ex-ministra do Emprego, Maria João Rodrigues. O seu rol de amizades vai de Edite Estrela (PS) a Ilda Figueiredo (PCP). E recorda, com um sorriso travesso, as acaloradas discussões com Paulo Rangel (PSD) e Nuno Melo (CDS) quando todos coincidiram no Parlamento Europeu.
Há dias, Britta Thomsen teve de explicar aos dinamarqueses a crise política em Portugal e não sabia por onde começar.