Se os últimos dias políticos tivessem uma banda sonora, bem podia ser a mão estendida a pedir ajuda de “Help”, dos Beatles (“I never needed anybody’s help in any way / But now these days are gone, I’m not so self assured / Now I find I’ve changed my mind and opened up the doors”). Ou então “Maldição”, o fado de Amália Rodrigues sobre um fim anunciado ( “A gelada solidão / Que tu me dás, coração / Não é vida nem é morte / É lucidez, desatino / De ler no próprio destino / Sem poder mudar-lhe a sorte”).
O clima de alta tensão nas negociações do Orçamento do Estado, com muito drama, angústia e incerteza, vai prolongar-se pelo menos até quarta feira, dia da votação na generalidade na Assembleia da República. Está tudo nas mãos do PCP. Hoje, ao meio dia, Jerónimo de Sousa irá anunciar a decisão do Comité Central acerca do documento apresentado pelo governo e limado depois durante as longas negociações à esquerda. Segundo oPúblico de hoje, os comunistas ainda não estão satisfeitos com o documento, mas permanecem dispostos a continuar as negociações com o Governo até ao último momento.