O Syrian Refugee Wearable Shelter (qualquer coisa como «abrigo vestível paras refugiados sírios») é um casaco, mas também pode ser um saco-cama ou mesmo uma tenda.
Esta peça de vestuário foi desenvolvida a pensar nos milhares de refugiados em fuga para a Europa por um grupo de dez estudantes de mestrado da Royal College of Art, em Londres, com idades entre os 22 e os 26 anos. Os alunos fizeram uma parceria com a marca de roupa Wall, de quem partiu o desafio de criar uma peça de roupa a pensar nos refugiados.
Feita em tyvek, um material durável e leve permeável ao ar, mas capaz de repelir a chuva, a peça é impermeabilizada com mylar, conhecido como o «cobertor do espaço» devido à sua resistência.
O casaco (com vários bolsos e um gorro) transforma-se num saco-cama para um adulto e uma criança e também numa tenda (com a ajuda de estacas que acompanham a peça) com capacidade para quatro pessoas.
Está a decorrer uma campanha de crowdfunding, até 19 de fevereiro, para financiar o fabrico do casaco até ao verão. O objetivo é atingir as 300 mil libras (cerca de 394 mil euros) através de donativos de 10 libras (13 euros). Até ao momento, foram angariadas cerca de 2 mil libras (2640 euros).
A iniciativa suscitou alguma polémica quando um voluntário da organização Médicos do Mundo manifestou a suas dúvidas quanto à eficácia do produto. Apesar de o considerar «melhor do que nada», Nick Harvey acredita que não será muito útil a temperaturas de 10 graus centígrados abaixo de zero, como as que se fazem sentir nos Balcãs, por ondem têm passado os refugiados. Harvey considera-o mais adequado para os sem-abrigo britânicos ou mesmo para os espetadores dos festivais de música.
Uma das professoras da universidade londrina envolvida no projeto, Harriet Harriss, respondeu que os jovens designers «estão a fazer o que podem com aquilo que têm».
No ano passado, mais de um milhão de refugiados chegaram à Europa.