A Fundação Sousa Mendes pretende gravar depoimentos de sobreviventes do Holocausto que escaparam com vistos emitidos pelo cônsul português em Bordéus.
Durante a invasão de França pela Alemanha Nazi, na Segunda Guerra Mundial, Aristides Sousa Mendes desafiou as ordens de Salazar e, durante cinco dias, concedeu milhares de vistos de entrada em Portugal a refugiados de várias nacionalidades.
Considerado por muitos um verdadeiro herói, o diplomata português terá salvo a vida a cerca de 10 mil judeus.
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Aristides Sousa Mendes terá salvo cerca de 10 mil judeus
Até à data, já foram gravadas 13 entrevistas, três das quais estão disponíveis na página do projeto. A produção de cada depoimento custa entre 640 e 1 400 euros.
“Temos planos de gravar mais 50 ou 60 entrevistas nos Estados Unidos, América do Sul, Europa e Israel. Além dos refugiados do Holocausto, queremos incluir trabalhadores e cidadãos portugueses que deram abrigo às famílias judias no seu caminho para a liberdade”, explicou a fundação numa nota enviada à Lusa.
A angariação de fundos continua a decorrer apesar de já ter ultrapassado o valor inicialmente pedido (23 mil euros).
Os mais generosos, com contribuições com valores superiores a 230 euros, habilitam-se a ganhar uma viagem entre os EUA e a Europa.
“Esta é uma história importante e dramática, e uma história que não é muito conhecida. Cabe à Fundação captar estar memórias antes que seja tarde de mais,” explicam os responsáveis pela Fundação.
Nos vídeos já disponíveis é possível conhecer a história de Eileen Berets, de 85 anos, que recorda a sua fuga da Bélgica ou a jornada de John Tetzeli, de 82 anos, da Checoslováquia, que conta a perseguição nazi de que sua família foi vítima.
Todos os vídeos serão disponibilizados na internet, integrando materiais educacionais que a fundação distribui em escolas e outras instituições.
A Fundação Sousa Mendes dedica-se a honrar a memória de Aristides de Sousa Mendes e a educar o mundo sobre o seu trabalho.