Tudo começou num domingo chuvoso, recorda a designer Dânia Afonso, 36 anos: “Apetecia-me ir ao cinema com a minha filha de dois anos e percebi que não havia nada que ela pudesse ver.” Daí a ter falado com as amigas Catarina Ramalho, 37, produtora de audiovisuais, e Teresa Lima, 38, professora do primeiro ciclo, foi um instante; e daí a decidirem fazer um festival de cinema infantil foi outro salto rápido, garantem as fundadoras do PLAY Festival Internacional de Cinema Infantil & Juvenil de Lisboa, que teve a sua primeira edição no início deste ano e se prepara para a segunda, entre 31 de janeiro e 8 de fevereiro de 2015.
Pensaram pedir um empréstimo, mas acabaram por conseguir avançar, primeiro através de um apoio da Câmara de Lisboa (que lhes cedeu o Cinema São Jorge) e depois pelo crowdfunding, onde, em troca do apoio, davam bilhetes, pins, T-shirts, posters, sacos, Diplomas de Fundador e, para empresas, agradecimentos especiais e destaque aos logótipos. “Chegámos a achar que não íamos reunir o dinheiro suficiente e que teríamos que nos endividar, mas no último dia houve um anónimo que deu mil euros”, conta Dânia. Depois, foi pôr mãos à obra e recorrer às formações e experiências de cada uma para erguer o PLAY.
Durante os sete dias de festival, receberam mais de seis mil espectadores entre o um e os 13 anos. Agora, já contam com o patrocínio da Missão UP (projeto educativo da Galp), e até já juntaram à equipa a estagiária Daniela Boino, ao abrigo dos acordos com o IEFP. Continuam, claro, a contar com a solidariedade de muitos, como a do ilustrador André da Loba que desenhou fantásticos bichos cinematográficos para os cartazes da segunda edição.
E Dânia não se esquece do momento em que, antes da primeira edição, foi ao site da plataforma de crowdfunding PPL e percebeu que o projeto estava financiado: “O crowdfunding tem uma magia especial”, diz.