Num tempo em que a investigação científica escasseava, os doentes de Parkinson eram aconselhados a não fazer qualquer exercício físico. As quedas (e o medo de cair) eram o principal entrave à mobilidade e os médicos preferiam manter sossegadas as pessoas que sofriam desta doença neurológica, causada pela degeneração de células cerebrais, afetando os movimentos. Porém, a Ciência tem vindo a demonstrar o contrário e o exercício começa a ser incorporado nas prescrições clínicas.
No Jumpyard Lisboa, um grande armazém com dezenas de trampolins, abertos ao público, vários doentes não dispensam este tratamento, que pode ser feito de uma a três vezes por semana. “É de exercício que estas pessoas precisam”, defende Catarina Godinho, fisiologista do exercício e fisioterapeuta especializada em Parkinson, que em 2021 ganhou um financiamento para esta intervenção comunitária. Os estudos de seguimento da intervenção reportam uma redução de 80% na dor, especialmente nas lombalgias, e um aumento significativo na autonomia, com francas melhorias no equilíbrio, na marcha e na velocidade.