O Observatório Europeu do Sul (OES) anunciou esta terça-feira que uma equipa internacional de astrónomos foi capaz de detetar “ventos supersónicos extremos”, os mais rápidos alguma vez medidos num planeta, com a capacidade de atingir os 33 mil quilómetros por hora. A equipa recorreu ao telescópio VLT, do OES, no Chile, para a descoberta que foi publicada hoje na revista científica Astronomy & Astrophysics. “Este sinal mostra-nos que existe um vento de jato muito rápido, supersónico, que circula em torno do equador do planeta”, referiu Lisa Nortmann, cientista da Universidade de Göttingen, Alemanha, e principal autora do estudo.
O fenómeno foi detetado no equador do planeta WASP-127b, um gigante gasoso situado fora do Sistema Solar, descoberto em 2016, a uma distância de mais de 500 anos-luz do planeta Terra. “Compreender a dinâmica destes exoplanetas ajuda-nos a explorar mecanismos como a redistribuição de calor e processos químicos, melhorando a nossa compreensão da formação planetária e potencialmente lançando luz sobre as origens do nosso próprio Sistema Solar”, explicou David Cont, da Universidade Ludwig Maximilian de Munique, na Alemanha, que também esteve envolvido no projeto.
Para a descoberta, a equipa mapeou o clima e a composição do WASP-127b, tendo verificado a presença de moléculas de vapor de água e monóxido de carbono na atmosfera do planeta. Segundo as suas conclusões, as regiões polares são mais frias no WASP-127b.