O escritor Fialho de Almeida, nascido em Vila de Frades, descreveu o território da Vidigueira como o “País das Uvas”. E tinha razão. Aqui reinam o vinho de talha, a casta Antão-Vaz, autóctone da Vidigueira, e uma série de adegas e de produtores vinícolas com visitas, refeições vínicas e atividades capazes de entreter por um par ou mais de dias. Inicie-se o passeio à descoberta de um pouco da História, visitando as Ruínas Romanas de São Cucufate, a Adega Cooperativa de Vidigueira, Cuba e Alvito e o Centro Interpretativo do Vinho de Talha, em Vila de Frades. Inscrito no Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial e em processo de candidatura a Património Imaterial da Humanidade da UNESCO, o vinho de talha tem uma rota dedicada, com sete itinerários, atividades e passagens por várias adegas.
Em Vila de Frades, onde em tempos houve cerca de centena e meia destes estabelecimentos, a tradição tem-se renovado com projetos como o Gerações da Talha, fundado por Teresa Caeiro, o marido e a mãe e instalado na adega familiar do século XVIII. Ruben Honrado, outro representante desta nova geração de produtores, recebe visitantes na Adega-Museu Cella Vinaria Antiqua, que fica ao lado do restaurante da família, O País das Uvas. Nesta região, também conhecida como de pão e laranjas, provem-se as silarcas (cogumelos), confecionadas com ovos ou carne frita, os pratos de peixe do rio e de caça e, nos doces, os escarapiados. Na Quinta do Quetzal, o vinho e a gastronomia casam-se com um centro de arte contemporânea e, na Adega da Zabele, projeto que junta António Zambujo aos amigos João Pedro Baião e ao enólogo Luís Morgado Leão, o vinho acompanha petiscos e há jantares marcados pelo compasso da música. Tudo feito com toda a calma, como é apanágio no Alentejo.