Um guarda prisional ficou gravemente ferido, no Estabelecimento Prisional de Monsanto, em Lisboa, depois de ter sido atacado por um recluso com recurso a uma “faca” improvisada. O ataque ocorreu na passada terça-feira, por volta das 17h00, quando o recluso, empunhando o que na gíria da prisão se chama de “espeto” – uma caneta BIC queimada e com uma ponta afiada – atacou o guarda prisional, desferindo-lhe três golpes que provocaram ferimentos graves em zonas sensíveis do rosto (junto ao olho, na boca e no maxilar).
O guarda profissional ficou com perfurações, uma delas próxima do pescoço (que lhe poderia ter sido fatal). “Valeu-lhe ter reagido e tentado proteger-se no momento do ataque”, refere, à VISÃO, fonte que acompanhou o episódio. O recluso, com cerca de 20 anos de idade, tem um historial de violência contra outros reclusos e guardas prisionais que motivou a sua transferência para o estabelecimento prisional de alta segurança de Monsanto, em Lisboa, a única cadeia no país com nível máximo de segurança. O caso está a ser encarado como uma tentativa de homicídio.
A vítima recebeu tratamento hospitalar, mas já recebeu alta. Neste momento, mantém-se a recuperar destas agressões em casa. Está a ter acompanhamento psicológico.
Esta é a segunda agressão a um guarda prisional ocorrida esta semana. Na passada segunda-feira, um guarda prisional foi agredido no Estabelecimento Prisional de Coimbra, depois de um recluso o ter atingido com dois socos no rosto, sem razão aparente. O guarda prisional teve de receber tratamento hospitalar. Mantém-se também de baixa médica.
À VISÃO, Frederico Morais revela que, este ano, “já há o registo de 12 agressões” a guardas prisionais no interior das prisões portuguesas. “Com menos de três meses cumpridos, já temos, em 2024, metade das agressões que ocorreram no ano passado [foram registadas 24 agressões a guardas prisionais em 2023]”, alerta o dirigente do Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional (SNCGP). O responsável sindical justifica a situação com “a falta de guardas prisionais” e “as punições demasiado leves” para quem comete estes atos no interior das prisões.