Das 30 toneladas de chocolate que até ao dia 17 passarão pela vila de Óbidos, no distrito de Leiria, cerca de cinco estão a ser transformadas na Torre de Belém, no galo de Barcelos, numa chaminé algarvia ou nas estátuas de D. Afonso Henriques, da fadista Amália Rodrigues ou do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.
O festival que, segundo o administrador da empresa Óbidos Criativa, Ricardo Duque, tem como “objetivo promover aquilo que de melhor se faz na área da bombonaria, da pastelaria e da gastronomia da pastelaria”, tem este ano como novidade o facto de as 16 esculturas de grande dimensão estarem a ser esculpidas ao vivo, perante o público, ao longo dos três fins de semana do evento.
Na sua 21.ª edição, o festival é marcado por “um reforço muito significativo das equipas de esculturas”, convidando “escultores a nível internacional para estarem em Óbidos” a fazer o seu trabalho perante o público que, no Salão do Chocolate, “pode ver como é que as esculturas se fazem e estar em contacto com os diferentes chefs”, explica Ricardo Duque.
Um trabalho “sem rede” a que, segundo o curador do festival, Francisco Siopa, acresce a dificuldade de “pela primeira vez, em 20 anos, as esculturas estarem a ser feitas por chefs diferentes”, entre os quais profissionais de renome internacional como Lluc Crusellas, vencedor do World Chocolate Masters, ou Jordi Farrés, da Callebaut Chocolate Academy.
A par com a vertente de “festa, de cultura e de convívio” associada ao certame, o curador assume ainda o desafio de “tornar o evento mais profissional, com 70 horas de ‘showcooking’ a acontecer no auditório da cerca do Castelo e 80 horas de demonstrações e atividades ao vivo.
O apoio da escola francesa Dicasse e de grandes marcas de chocolate transforma, segundo Francisco Siopa, o Festival de Chocolate de Óbidos no “maior evento” nacional onde o profissional de pastelaria, chocolataria e geladaria pode também “aprender algo mais”.
No que toca a aprendizagens, o festival também mantém o foco nas “atividades para as famílias”, com “atividades para as crianças, onde podem fazer os seus próprios ovos da Páscoa”, destaca Ricardo Duque, lembrando que por estes dias podem ainda ser visitados espaços da vila como a Estação Melão, a Praça do Chocolate ou o Arraial das Barraquinhas.
Do chocolate à peça, às misturas improváveis com vinho, licor de ginja ou cerveja, o mais famoso doce do mundo está ao dispor do público, estimando a organização que possa ser ultrapassada a barreira dos 120 mil visitantes.
Para isso, o festival junta ao chocolate atrativos como concursos de chocolataria, uma corrida de chocolate e um programa de animação que inclui música, teatro e animação, com várias figuras históricas a interagir com os visitantes.
Para garantir que todos terão oportunidade de apreciar as esculturas ao vivo, a mestria dos chefs será repartida pelos três fins de semana do evento, com as esculturas do Palácio da Pena, Cristo Rei e Torres do Cléricos a serem feitas no segundo fim de semana do certame, deixando para o final as réplicas do Santuário de Fátima, a figura de Luís de Camões e do elétrico 28.
Nesta edição até os animais de estimação terão direito a um espaço de ‘pet sitting’, com a organização a prometer “cuidar de cada patudo” enquanto os donos se deliciam a “celebrar Portugal com sabor a chocolate”.
O festival de chocolate decorre entre os dias 01 e 17 de março, às sextas-feiras, sábados e domingos.
DA // VAM