Desde cedo que somos instruídos a dizer “saúde” ou “santinho” quando alguém solta um espirro perto de nós. É uma regra de boa educação, uma cortesia e uma resposta que damos sem pensar no porquê nem na origem desta resposta quase automática a um ato involuntário do corpo de alguém. Mas, claro, existe uma história por detrás desta resposta.
Segundo a teoria mais aceite, estas respostas terão aparecido entre os séculos XIV e XV, época em que a Peste Negra e outras epidemias se propagaram na Europa e provocaram muitas mortes. O espirro era um dos sintomas da doença fatal e contagiosa e, por isso, um sinal de que o fim daquela pessoa poderia estar próximo. A resposta a um espirro era um imediato “santinho”, como forma de piedade, ou “Deus te salve”, como apelo à salvação daquela pessoa e como forma de proteção própria a um possível contágio.
A expressão “santinho” tem uma clara conotação religiosa que também demonstra superstição e tanto pode ser uma forma de piedade pela pessoa que espirra como uma abreviação da expressão “santo do dia”, que invocava ajuda para quem estava doente. Já a expressão “saúde” surgiu depois, como forma mais otimista de desejar as melhoras a quem está a espirrar.
Se em Portugal as expressões “santinho” e “saúde” são as mais comuns para responder a quem espirra, noutras línguas há outras formas para reagir, todas elas com sentidos semelhantes aos nossos. Em inglês reage-se com “bless You” (abençoado), que tem o mesmo significado do francês “À tes souhaits”. Em espanhol prefere-se o “salud” e em alemão “gesundheit”, os dois a poderem ser traduzidos como “saúde”.