Enquanto a atenção do País se centrava nos milhões de euros e de dólares, que terão circulado em muitos negócios (sob suspeita) à volta da Altice, em meados de julho deste ano, uma equipa de inspetores tributários e de procuradores do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) aproveitou a “camuflagem” mediática da Operação Picoas para realizar discretas buscas a várias empresas e residências particulares, numa investigação que envolve suspeitas de fraude fiscal, branqueamento de capitais e associação criminosa. Gonçalo Salgado, ex-segurança de Cristiano Ronaldo, é um dos suspeitos e já foi constituído arguido, mas o desfiar do novelo de empresas ligadas a um investimento em puros-sangues lusitanos também acaba por chegar a Ricardo Leitão Machado, o empresário que, segundo o próprio, apenas comprou a Herdade do Vale Feitoso, um antigo feudo da família Espírito Santo, no ano passado (ver V1535, de 4 de agosto de 2022).
De acordo com informações recolhidas pela VISÃO, a investigação do Ministério Público está concentrada num grupo de procuradores do DCIAP, que se dedica à criminalidade tributária. E, neste processo, o 323/20.2TELSB, estarão em causa suspeitas quanto à origem do dinheiro de alguns dos investidores, como Gonçalo Salgado, com residência fiscal fora de Portugal, na empresa JRME Horses, assim como outros investimentos, aparentemente sem qualquer racionalidade económica.