Depois de, na semana passada, terem sido colocados perto de três mil docentes, a segunda reserva de recrutamento permitiu às escolas preencher outras tantas vagas.
No total, foram colocados 2.924 professores. “Foram colocados 2.355 contratados e 589 professores do quadro”, explicou à Lusa o professor Arlindo Ferreira, especialista em estatísticas da educação.
Não foi, no entanto, suficiente para colmatar as necessidades dos estabelecimentos de ensino e, à data de hoje, havia ainda cerca de 1.300 horários em contratação de escola, o último recurso disponível para a contratação de professores.
Até às 19:40, os diretores já tinham publicado hoje cerca de 560 horários, muitos dos quais ficaram por preencher na segunda reserva de recrutamento, e, à semelhança da semana anterior, é nas zonas de Lisboa, Setúbal e Algarve que parecer ser mais difícil contratar.
De acordo com a análise feita por Arlindo Ferreira, foram pedidos hoje 220 horários para escolas em Lisboa, 103 em Setúbal e 59 em Faro.
Entre os horários colocados hoje a concurso, a maioria é para Português do 3.º ciclo e secundário (61) e pré-escolar (55), o que mostra que as dificuldades em encontrar professores para Informática são cada vez menores, explicou o diretor do Agrupamento de Escolas Cego do Maio, Póvoa de Varzim.
A propósito da segunda reserva de recrutamento, Arlindo Ferreira sublinhou ainda que, nesta fase, há 135 professores vinculados em quadros de zona pedagógica sem colocação, a maioria de Educação Física (29) e Biologia e Geologia (24) e do quadro de zona pedagógica 1, que abrange o litoral norte.
Por outro lado, a maioria dos professores de quadro que conseguiram um lugar, em resultado da reserva desta semana, foram colocados em horários temporários, uma situação que o diretor escolar diz ser pouco frequente, mas que poderá estar relacionada com o elevado número de professores que entraram nos quadros do Ministério da Educação este ano, através do novo mecanismo de vinculação dinâmica.
A falta de professores nas escolas, provocada em parte pelo envelhecimento da classe e pela pouca atratividade da profissão entre os mais jovens, levou o Governo a permitir às escolas que selecionassem docentes detentores de cursos reconhecidos como habilitação própria para a docência.
No entanto, para Arlindo Ferreira, o problema, que já se tornou habitual a cada arranque de ano letivo, é agora mais grave e os números registados a poucos dias do regresso às aulas são “muito elevados comparativamente a anos anteriores”.
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