Há vários anos que a tecnologia e, principalmente, os telemóveis, fazem parte do nosso dia-a-dia, seja no trabalho ou na vida social. Contudo, a linha que separa a utilização frequente, porque dá tanto jeito, da dependência negativa é, muitas vezes, ténue e com consequências para a saúde.
“Há um número crescente de especialistas em saúde mental que reconhece que as pessoas podem mesmo ficar viciadas nos seus smartphones”, explica Anna Lembke, professora de psiquiatria e ciências comportamentais na Universidade de Stanford, na Califórnia, EUA, em entrevista ao New York Times.
Há certos comportamentos, esclarecem os especialistas, que podem ser adotados diariamente e que nos ajudam a controlar a dependência destes dispositivos.
Controle efetivamente o seu tempo de ecrã
Tanto os iPhones como os dispositivos Android permitem que tenha acesso às ferramentas incorporadas nos sistemas operativos que indicam quanto tempo passa no seu telemóvel todos os dias e que aplicações visita mais. Através destas ferramentas, poderá também definir limites de tempo para as aplicações.
Contudo, este método não é infalível e depende da boa vontade do utilizador.
O Center for Humane Technology, uma organização sem fins lucrativos, recomenda que se dificulte o acesso às aplicações, não guardando as palavras-passe de acesso aos serviços e obrigando-o, por isso, a digitá-las sempre que quiser aceder aos mesmos.
Também sugere que se oculte as aplicações do seu ecrã inicial, para que a probabilidade de as consultar regularmente diminua.
Estabeleça regras
Anna Lembke recomenda também que estabeleça para si mesmo momentos do seu dia ou dias da semana para reduzir o uso do seu telemóvel. Este distanciamento passa por deixar o seu telemóvel noutra divisão da casa, por exemplo, mantê-lo fora do quarto ou colocá-lo em algum local longe do espaço onde costuma fazer as refeições.
“Parece trivial, como uma solução analógica antiquada. Mas sabemos por décadas de psicologia que as coisas mais próximas de nós no espaço físico têm o maior efeito sobre nós psicologicamente”, explica, por seu lado, Adam Alter, professor de marketing e psicologia na Stern School of Business da Universidade de Nova Iorque, em entrevista ao jornal norte-americano.
“Se permitirmos que o telemóvel nos acompanhe em todas as experiências, seremos atraídos por ele e usá-lo-emos. Se não o conseguirmos alcançar fisicamente, vamos usá-lo menos”, garante.
Ative o “preto e branco”
Para desencorajar o uso do telemóvel, pode torná-lo menos apelativo, alterando o ecrã para o modo “preto e branco”, visto que o cérebro humano é estimulado por coisas brilhantes.
Desligue as notificações
Sempre que o telemóvel vibra ou toca, sentimo-nos obrigados a olhar para ele, dominados pelo receio de estarmos a perder algo importante.
Desligar todas as notificações pode não ser a solução mais prática para todos, por isso os especialistas recomendam que reduza o número de aplicações autorizadas a enviar-lhe notificações, limitando-se apenas ao essencial.