No parque arqueológico de Pompeia estão ruínas do que seria uma antiga cidade romana soterrada pela erupção do Vesúvio. Era aqui que um grupo de arqueólogos estava a explorar uma casa, ligada a uma padaria, quando encontrou, no átrio, um mural que representa o que parece ser um tabuleiro de prata com alimentos, incluindo uma foccacia, uma taça de vinho e o que se assemelha bastante a uma pizza.
A região, perto de Nápoles, tinha sido parcialmente explorada no século XIX, mas as escavações só foram retomadas em janeiro deste ano.
O fresco data de há cerca de 2000 anos e, apesar da ausência de alguns ingredientes, o Parque Arqueológico de Pompeia assegurou aos curiosos que “pode ser um antepassado distante” da pizza.
De acordo com o diretor-geral do parque, Gabriel Zuchtriegel, a natureza-morta não é comparável aos cerca de 300 exemplares que foram encontrados nas ruínas. Embora se enquadre numa categoria bastante comum de imagens de comida – “xenia” (ofertas para convidados), o contraste entre uma “refeição modesta e simples” e os tabuleiros de prata pintados num “estilo e técnica sofisticados” tornam esta descoberta “bastante única”.
Zuchtriegel acredita que esta descoberta serve para recordar as origens humildes da pizza, que nasceu como um prato “pobre” no sul de Itália, mas acabou por conquistar o mundo, garantindo o seu lugar em restaurantes galardoados com estrelas Michellin.
Já Mario Nioloa, arqueólogo e um dos responsáveis pela redação de um documento que fez com que a Unesco incluísse cerca de 3000 fabricantes de pizza de Nápoles na Lista Representativa do Património Cultural Imaterial da Humanidade, sublinhou a relevância do fresco: “Faz-nos compreender que existe um fio condutor que liga o presente ao passado longínquo”. “É uma arqueo-pizza”, brincou.