No início de 2014, quase três anos depois de chegarem a Coimbra vindos de Belo Horizonte, Isabella Gonçalves e Fábio Merladet pareciam levitar com a nova vida académica na velha cidade universitária. Além de partilharem na internet fotos boémias, com cravos, ramos de flores e beijos aparentemente apaixonados, com o aqueduto de São Sebastião em fundo, o casal de namorados seguia enfeitiçado com a sua condição de doutorandos, no mítico Centro de Estudos Sociais (CES).
A aura do orientador ajudava. Boaventura de Sousa Santos, espécie de guru das Ciências Sociais e das teses emancipatórias da esquerda latino-americana, era, para ambos, o pináculo do pensamento. Nesse tempo, quando o sociólogo proferia alguma conferência, os alunos da instituição eram mobilizados para encher a sala onde esta decorresse.