A imagem do Papa com um blusão branco acolchoado e com um crucifixo viralizou na internet, enganando muitos utilizadores, que acreditaram que Francisco tinha efetivamente saído à rua assim vestido. Assim que a polémica foi desmentida, muitos perceberam como a criação de imagens feitas por Inteligência Artificial está mais presente do que se imaginava e que pode facilmente enganar.
No meio digital existe até quem já classifique este acontecimento como o primeiro momento real de desinformação envolvendo a criação de imagens com deepfake – criação de imagens ou vídeos irreais ou falsos, com a cara de pessoas. Mas como é que se consegue perceber que uma imagem é falsa?
Tendo em conta o exemplo do Papa, se observar com atenção, existem alguns pormenores que podem denunciar a imagem falsa, como alerta a Time. Desde logo porque o crucifixo tem apenas um lado da corrente, estando surpreendentemente centrado com a imagem. A mão de Francisco também tem falhas, parecendo que o Papa estava a carregar o que parece ser uma chávena, mas os dedos estão recolhidos e fechados. Além disso, se observar mais de perto, a pálpebra “funde-se” com os óculos, que parecem flutuar na sombra.
As imagens feitas por Inteligência Artificial, apesar de já estarem muito avançadas, ainda não conseguem identificar as leis da física, sendo um ponto de identificação. Além disso, é sempre importante questionar e suspeitar: tenha a certeza de onde surgiu a imagem, quem é que a esta a partilhar e se consegue confirmar a sua veracidade.