A CP – Comboios de Portugal entregou a concessão do serviço de cafetaria e bar dos comboios Alfa Pendular e Intercidades a uma entidade criada e detida por um empresário que é, em simultâneo, funcionário da própria transportadora ferroviária. Decorridos apenas 19 meses, a relação colapsou.
A empresa Apeadeiro 2020, de José Alegria, comunicou, no passado dia 28 de fevereiro, que não tinha condições para continuar a pagar os salários aos seus 130 trabalhadores. Ao mesmo tempo, o empresário apresentou uma baixa médica na CP, e desapareceu sem deixar rasto nem mais explicações. Em desespero, os funcionários declararam greve por tempo indeterminado. E, assim, de um dia para o outro, os cafés e bares dos comboios tiveram de fechar. Mas ainda há mais: entre agosto de 2021 e fevereiro de 2023, a Apeadeiro 2020 terá recebido perto de €1,8 milhões da CP (ao ritmo de cerca de €95 mil/mês), no âmbito do contrato em vigor. Apesar deste montante e das receitas do negócio, que terão disparado em 2022 (superando, até, níveis pré-Covid), a empresa acumulou uma dívida milionária às Finanças, à Segurança Social e aos fornecedores, que, atualmente, ronda os €900 mil.