Pedro Pimenta, 55 anos, sempre gostou de descobrir novos lugares a caminhar. Ao atingir a maioridade, lembra-se de ir de Troia a Porto Corvo ou de percorrer o Algarve de mochila às costas, sozinho mas ao mesmo tempo acompanhado. Nessa década de 1980, diz, “falava-se com toda a gente”, e ele aproveitava para praticar o inglês e o francês com os turistas. Na serra de Sintra, sentia-se como peixe na água “no meio do mato”, atrás do rasto dos animais.
Hoje, este explorador lisboeta aprecia mais o campo e a Natureza, mas também se “perde” nas cidades, sempre observador. Quem antes passou por ali, como ergueram aquela construção, que esforços não teriam de fazer para transportar cereais encosta acima, a curiosidade a mil e a imaginação numa roda-viva permanente, à procura de respostas numa espécie de “mundo paralelo”, que passa a ser dele também.