Naquele dia, Henrique Pereira andava a passear sozinho na serra da Peneda quando começou a ouvir “tac, tac, tac…”. Era um ruído repetitivo, mas irregular, que o biólogo não identificou logo. “Pareciam umas rochas a cair do monte, não muito longe”, recorda. “Só quando pus os binóculos é que vi que eram dois machos de cabra-montês à luta, numa escarpa rochosa, com os cornos um contra o outro, e uma série de cabras a assistir.”
Não era a primeira vez que este especialista em biodiversidade via cabras-monteses por ali, mas, passados quase dois anos, relembra essa observação como “a mais impressionante” de sempre. Afinal, durante perto de 100 anos não tinha sido possível presenciar aquele ritual no Parque Nacional da Peneda-Gerês, no Norte de Portugal.