A Polícia Judiciária (PJ) deteve aquele que é considerado um dos principais traficantes de droga do País. Samir foi detido na sua residência, em Lisboa, na posse de uma quantidade elevada de cocaína, heroína e haxixe, confirmou fonte daquela polícia à VISÃO.
Na altura da detenção, Samir tinha consigo uma pistola-metralhadora, modelo IWI mini Uzi CO2, de fabrico alemão; envergava ainda um colete antibalístico.
Entre março e abril do ano passado, Samir tinha sido protagonista de uma escalada de violência alegadamente motivada por “ajustes de contas entre grupos rivais do tráfico de droga”, na área da Grande Lisboa, como noticiou o Expresso, em novembro.
No dia 17 março de 2022, a mulher de Samir tinha sido alvo um atentado, em Odivelas, depois de vários tiros terem sido disparados contra o seu Mercedes por outro carro em movimento; acabaria por sofrer ferimentos ligeiros, provocados por estilhaços de vidro. No dia 31 desse mês, o próprio Samir seria alvejado, em Marvila, Lisboa. Apenas uma semana depois, foi a vez do seu cunhado ser baleado, no bairro do Condado, também na capital. Ambos os homens ficaram feridos, mas sobreviveram.
Após esses acontecimentos, Samir desapareceu de circulação para local incerto. Até hoje…
Samir tentou lucrar com prisão de “Xuxas”
As autoridades portuguesas estão convencidas de que Samir era um dos principais rivais de Rúben Oliveira, conhecido como “Xuxas”, detido em junho do ano passado, e que, alegadamente, trabalhava diretamente com Sérgio Roberto de Carvalho, Major Carvalho de alcunha, considerado o maior narcotraficante brasileiro – e, por isso, também conhecido como “Escobar brasileiro” –, que se encontra detido na Hungria, desde o primeiro dia de verão de 2022, aguardando extradição para o Brasil.
Depois da detenção de “Xuxas” – e de mais oito homens (entre os quais o seu irmão) e uma mulher com ligações ao suspeito –, Samir tentou aproveitar a oportunidade para alargar o seu território na área da Grande Lisboa. Vendia cocaína, heroína e haxixe. É ainda suspeito ser responsável por assaltos com recurso a arma de fogo.
PCC: os novos “donos” do tráfico
Estas (sucessivas) detenções não têm, porém, travado o tráfico de droga em Portugal. Com o grupo de “Xuxas” desmantelado pela PJ, e agora com a prisão de Samir, as principais atenções (e preocupações) da autoridades portuguesas continuam centradas no Primeiro Comando da Capital (PCC), a maior e mais perigosa organização criminosa da América Latina, que pode já estar a controlar o tráfico de cocaína da América do Sul, via Brasil, para Portugal (e Europa).
Depois de, alegadamente, o PCC ter fornecido o corredor gerido pelo Major Carvalho e por “Xuxas” durante vários anos, as autoridades portuguesas e brasileiras estão agora convictas de que esta organização criminosa assumiu o controlo desta rota, utilizando membros com residência fixa em Portugal, como avançou a VISÃO na sua edição de 6 de outubro do ano passado. Aliás, em dezembro, um encontro que reuniu os principais responsáveis portugueses pela luta contra o tráfico internacional de drogas serviu para que a Polícia Federal brasileira confirmasse essa informação: o PCC está em Portugal; e a crescer.
Notícia atualizada às 19h00, com a informação que, na altura da detenção, Samir tinha consigo uma pistola-metralhadora IWI mini Uzi CO2 e envergava ainda um colete antibalístico.