O centro de avaliação de satisfação do consumidor, Consumer Choice, fez um questionário online acerca dos hábitos dos portugueses relacionados com uma vida mais ou menos sustentável. As conclusões mostram que há a registar algumas mudanças positivas no comportamento e nas escolhas de consumo, em nome da preocupação com o ambiente. Mas também atesta que ainda há muito caminho a percorrer no sentido de um mundo melhor.
Por exemplo, 73% dos inquiridos – 78% do sexo feminino e 28% do sexo masculino – assume que se desloca habitualmente em viatura própria, contra apenas 12% que opta por transportes público e 3% que já aderiu à mobilidade partilhada, entre bicicletas e trotinetas.
Perante a hipótese de um carro novo, 57% disse preferir um modelo híbrido, 31% escolheria um elétrico e apenas 12% continuaria a conduzir um veículo de combustão fóssil.
Por outro lado, 86% diz fazer a separação do lixo, 53% declara que compra produtos biológicos mensalmente e 80% já opta por eles, mesmo que sejam um pouco mais caro do que a sua versão convencional.
As práticas de consumo consciente estão longe de pertencerem à maioria. Apenas 24% compra lâmpadas de eficiência energética, ainda menos (13%) são os que bebem água da torneira e só 22% opta por fruta da época. Quando se trata da roupa, as fibras naturais é escolha de escassos 10% dos inquiridos, assim como o hábito de vestir roupa em segunda mão.
Os comportamentos ecológicos já são adotados por alguns – poucos. A saber: 34% evita o desperdício alimentar, 32% reutiliza embalagens, como frascos, garrafas, caixas ou embalagens, e 23% desliga os carregadores da tomada quando acaba de os utilizar.
Há outros comportamentos mais residuais relatados por alguns dos participantes no questionário, tais como preferir móveis em segunda mão, cultivar hortas, compostar resíduos orgânicos ou fazer bricolage com base em artigos recicláveis.
As perguntas deste estudo foram direcionadas ao público que mais consome: 44% dos inquiridos tinha entre 35 a 44 anos, 25% entre 25 a 34 anos, 25% entre 45 a 54 anos, a faixa etária mais nova (18 a 24 anos) correspondia apenas a 3% e os restantes 3% a consumidores com idades acima dos 55 anos. E os habitantes das grandes cidades estavam em franca maioria: 66% eram da zona da Grande Lisboa, 20% na zona do Grande Porto e a restante percentagem distribuiu-se por diversas zonas do País.