Uma investigação da Universidade de Curtin, Austrália, sugere que os continentes foram formados pelo impacto de meteoritos gigantes durante o início da história do planeta Terra, uma conclusão que nasceu da análise a cristais minúsculos do mineral zircão no Cratão de Pilbara, na Austrália Ocidental, onde existe a crosta mais antiga e a mais bem preservada da Terra. Os depósitos minerais que se encontram nesta área australiana são ricos em ferro e já foram o local de muitas descobertas.
“A teoria de que os continentes foram originalmente formados nos locais destes impactos já existe há décadas, mas tem havido poucas provas sólidas que a sustentem – até agora”, congratulam-se os investigadores. “Estes depósitos minerais são o resultado final de um processo conhecido como diferenciação da crosta, que começou com a formação das primeiras massas de terra, das quais o Cratão de Pilbara é apenas uma de muitas”, continuam.
“O estudo da composição dos isótopos de oxigénio nestes cristais de zircónio revelou um processo de cima para baixo, começando com o derretimento das rochas perto da superfície e progredindo mais profundamente, consistente com o efeito geológico dos impactos de meteoritos gigantes”, explicam.
Os cientistas sugerem que, para além da Austrália Ocidental, outras áreas da antiga crosta continental parecem mostrar padrões de que foram os meteoritos que formaram os continentes. “Gostaríamos de testar as nossas descobertas sobre estas rochas antigas para ver se, como suspeitamos, o nosso modelo é amplamente aplicável”, concluem.