O CEO do Twitter, Parag Agrawal, está a ser saudado por tirar “algumas semanas” de licença de paternidade depois do nascimento do seu segundo filho. Apesar de não ser inédito, esta decisão vinda de um CEO de uma grande empresa está a gerar uma corrente de elogios, promovendo a normalização de os pais também estarem presentes nos primeiros tempos pós-parto.
“No Twitter, incentivamos e apoiamos totalmente os funcionários que tirem licença parental da maneira que funcionar melhor para cada pessoa”, diz Laura Yagerman, chefe de comunicações corporativas da empresa, ao Washington Post. Yagerman afirma que esta foi uma decisão “pessoal” e que a empresa delineou um programa que é “personalizável” e pode incluir até 20 semanas de licença “flexível”. Ainda não se sabe quando começará a licença do CEO.
A decisão de Agrawal está a ser elogiada por outros pais e colegas de trabalho, que, garantem, é um importante passo para que se possa repensar o papel do pai na educação do filho. “Obrigado @paraga por dar o exemplo e tirar a licença de paternidade”, escreveu o diretor financeiro do Twitter na rede social. “Gostava que os líderes tivessem feito isso quando eu estava no início da minha carreira e me tornei pai.”
Parag Agrawal não é o primeiro elemento de uma grande empresa a tomar esta decisão: o CEO da Meta, Mark Zuckerberg, teve direito a dois meses de licença de paternidade, uma em 2015 e outra em 2017. Também o cofundador do Reddit, Alexis Ohanian, tornou-se num elemento importante nesta causa: “Estamos a assistir a uma mudança de cultura, e muitos homens bem sucedidos estão a normalizar um comportamento que tornará cada vez mais fácil para os pais inseguros dizerem “não” ao trabalho porque estar com a família é importante para eles”, afirmou, numa entrevista à CNN. “Eu acho que há muitos pais que gostariam de poder tirar a licença de paternidade, mas simplesmente não a recebem e não estão em ambientes onde possam falar sobre isso. Mas a maré está a virar”, acrescentou.
Portugal tem percorrido um caminho positivo neste sentido, sendo que o pai tem direito a 20 dias úteis obrigatórios de licença após o nascimento do filho. Os primeiros cinco dias são seguidos e gozados imediatamente a seguir ao nascimento e os outros 15 têm de ser gozados nos 42 dias após o nascimento, seguidos ou não. O pai tem ainda direito a usufruir de 5 dias úteis facultativos, seguidos ou intercalados, gozados em simultâneo com a mãe.
Após a licença parental inicial, os pais podem usufruir de uma licença parental alargada, por um período de três meses cada um. Quem prolongar a licença passa a receber um subsídio parental alargado ou um subsídio de adoção por licença alargada, com um valor de 25% da remuneração de referência.