Quando uma multinacional como a Nestlé coloca 300 técnicos a trabalhar em laboratórios para criarem alimentos vegetais destinados aos consumidores veganos, isso diz quase tudo sobre o promissor mercado em causa. Por sinal, para o CEO da Nestlé, Mark Schneider, já não se trata de um novo grande negócio em potência, mas de uma certeza. “As taxas de crescimento são muito sólidas e de longo prazo”, diz. Isto porque, acrescenta, as preocupações ambientais e de saúde, que justificam a transição para a alimentação vegana, traduzem já uma “mudança significativa” no consumo, abrangendo “todas as faixas etárias”.
E, depois dos produtos substitutos da carne convencional e da invenção das bebidas vegetais, a Nestlé e a concorrência fazem agora um sprint para chegarem a uma oferta de peixe e de marisco que, criados em laboratório à base de plantas e de algas, resultem numa imitação que traga aos consumidores veganos uma lembrança satisfatória do sabor e da textura tradicionais. Para a prova do algodão, já foram postos no mercado, incluindo o português, produtos substitutos de salmão fumado, de camarão ou de atum.